POLÍTICA: FINALMENTE EDUARDO CUNHA FOI PRESO PELO JUÍZ SÉRGIO MORO

19/10/2016 21:45

Da Redação

Após muitos meses sem impunidade, ou até mesmo anos, finalmente o deputado, ou ex-deputado federal Eduardo Cunha, foi preso por ordem do Juíz Sérgio Moro.
E, para falar sobre este assunto, fizemos um compilado com de todas as mídias do Brasil mais importantes.

1 - Primeiro, veja o que diz o Jornal EL PAÍS:

 
Preso, Eduardo Cunha é conduzido para avião da PF.  REUTERS

O ex-presidente da Câmara dos Deputados Eduardo Cunha (PMDB-RJ) foi preso preventivamente por volta das 13h desta quarta-feira em Brasília. A Polícia Federal informou que a prisão dele aconteceu em decorrência da Operação Lava Jato e que os policiais o abordaram nas proximidades do prédio onde vive na capital federal. Além de detido, o ex-parlamentar teve 220,6 milhões de reais em bens bloqueados pela Justiça.

A detenção do peemedebista, o impulsor do pedido de impeachment de Dilma Rousseff (PT), era esperada desde que ele perdeu o foro privilegiado, em 12 de setembro deste ano ao ser cassado do mandato de deputado federal. Ele está sendo levado em um avião da PF para Curitiba, onde estão concentradas as investigações sobre os desvios bilionários da Petrobras. O mandado de prisão foi expedido pelo juiz da 13ª vara federal, Sergio Moro.

Em nota, o Ministério Público Federal afirmou que a prisão preventiva de Cunha foi pedida por existir "risco à instrução do processo, à ordem pública, como também a possibilidade concreta de fuga, em virtude da disponibilidade de recursos ocultos no exterior, além da dupla nacionalidade". Cunha é também cidadão italiano e possui passaporte europeu. Como é preventiva, a prisão dele não tem prazo limite. 

De acordo com a Procuradoria, a prisão de Cunha foi decretada na ação penal em que ele responde por corrupção passiva, lavagem de dinheiro e evasão de divisas. Todos os fatos são relacionados à aquisição pela Petrobras de um campo de exploração de petróleo em Benin, na África, no ano de 2011. A suspeita dos procuradores é que o ex-deputado tenha recebido 1,5 milhão de dólares como propina por participar dessa compra irregular. O pagamento teria sido intermediado pelo lobista João Augusto Rezende Henriques, que depositou o valor em uma conta secreta do ex-deputado federal na Suíça. A mulher de Cunha, a jornalista Cláudia Cordeiro Cruz é investigada nessa mesma ação.

Henriques atuaria a mando de Jorge Luiz Zelada, o então diretor da área internacional da Petrobras que tivera o apoio político de Cunha para permanecer no cargo. Em troca desse suporte, repassaria parte da propina que recebera, de acordo com a denúncia aceita por Moro.

Enquanto era parlamentar, Cunha era investigado em ao menos seis inquéritos, todos autorizados pelo Supremo Tribunal Federal. As suspeitas que pesavam contra ele eram de crimes como lavagem de dinheiro e corrupção no âmbito dos bilionários desvios de recursos da Petrobras. O pedido de prisão feito pela força-tarefa da Lava Jato é similar ao apresentado pelo procurador-geral da República, Rodrigo Janot, que ainda não tinha sido analisado pelo STF. Como ele perdeu o foro, a corte suprema transferiu todo o processo para a alçada de Sergio Moro.

Nesta quarta-feira outro juiz, da 6ª vara federal também de Curitiba, acatou uma ação de improbidade administrativa apresentada pelos procuradores e determinou o bloqueio de 220,6 milhões de reais de bens do ex-deputado.

Antes de ser cassado, Cunha já havia sido afastado de suas funções parlamentares por supostamente tentar obstruir as investigações que o tinham como alvo. O processo de cassação contra ele na Câmara ganhou força após esse afastamento e foi concretizado com ampla maioria favorável à perda de mandato. Na manhã desta quarta-feira, policiais federais também cumpriram um mandado de busca e apreensão na residência do ex-deputado no Rio de Janeiro.

Assim que perdeu o cargo, todos o viram como um potencial homem bomba, já que conhece como poucos o funcionamento da máquina de Brasília. Entre ex-aliados dele, há quem diga que um eventual acordo de colaboração com a Justiça feito por Eduardo Cunha tem o potencial de abalar as estruturas política da nação. Apesar disso, o peemedebista sempre disse que não faria qualquer acordo com o Ministério Público neste sentido.

Em nota enviada pela sua assessoria de imprensa, o ex-deputado considerou absurda a decisão de Sergio Moro. "Trata-se de uma decisão absurda, sem nenhuma motivação e utilizando-se dos argumentos de uma ação cautelar extinta pelo Supremo Tribunal Federal". O ex-deputado afirmou ainda que Moro não é o juiz competente para julgá-lo. "A referida ação cautelar do supremo, que pedia minha prisão preventiva, foi extinta e o juiz, nos fundamentos da decretação de prisão, utiliza os fundamentos dessa ação cautelar, bem como de fatos atinentes a outros inquéritos que não estão sob sua jurisdição, não sendo ele juiz competente para deliberar". Dessa vez, ele não alegou inocência. Em outras ocasiões ele já havia negado ter recebido propina no caso envolvendo a compra de um campo de petróleo em Benin.

2 - Agora, leia o que diz a Revista ISTOÉ

BRASIL

Sérgio Moro determina prisão de Eduardo Cunha

Crédito: Wilson Dias/Agência Brasil
7.4K

Presidente cassado da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ) foi preso nesta quarta-feira, 19, em Brasília. O ex-deputado foi capturado preventivamente perto do prédio dele na capital por ordem do juiz federal Sérgio Moro. A prisão foi decretada no âmbito da Operação Lava Jato, informou a Polícia Federal.

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A investigação contra Eduardo Cunha sobre contas na Suíça abastecidas por propinas na Petrobras estava sob responsabilidade do Supremo Tribunal Federal (STF). Cassado pela Câmara, o peemedebista perdeu o foro privilegiado perante a Corte máxima.

Os autos foram deslocados, então, para a 13ª Vara de Curitiba, base da Lava Jato. Na segunda-feira, 17, Moro intimou Eduardo Cunha para apresentar sua defesa prévia em ação penal que atribui ao ex-deputado US$ 5 milhões nas contas secretas que ele mantinha na Suíça.

A mulher de Eduardo Cunha, Cláudia, também é acusada na Lava Jato. Mais de US$ 1 milhão da propina que o peemedebista teria recebido sobre contrato da Petrobras no campo petrolífero de Benin, na África, foram gastos por ela em compras de luxo na Europa, segundo os investigadores. Cláudia adquiriu sapatos, bolsas e roupas de grife na França, Itália e em outros países europeus.

Confira AQUI o despacho do pedido de prisão preventiva de Cunha na íntegra

Denúncias

A primeira denúncia contra Cunha veio em agosto de 2015, e acusa o parlamentar de corrupção e lavagem de dinheiro por ter recebido ao menos US$ 5 milhões em propinas referentes a dois contratos de construção de navios-sonda da Petrobras.

Por unanimidade, o Supremo aceitou a acusação em março deste ano e tornou Cunha o primeiro político réu na Lava Jato. Nesta denúncia ele responde por corrupção e lavagem de dinheiro.

No mesmo mês, o procurador-geral da República, Rodrigo Janot, apresentou a segunda denúncia contra o peemedebista, desta vez por manter contas não declaradas no exterior utilizadas para receber propina, também no esquema de corrupção na Petrobras. A denúncia teve origem na investigação da Suíça que, graças a um acordo de cooperação internacional, foi encaminhada ao Brasil para que o político pudesse ser processado no País.

Mais uma vez por unanimidade, o Supremo aceitou a acusação contra o parlamentar, que passou a responder novamente por corrupção, lavagem e, pela primeira vez, por evasão de divisas.

despachoprisaopreventivacunha

Em 10 de junho deste ano, Janot apresentou a terceira denúncia contra o peemedebista, desta vez por suspeita de desviar dinheiro do Fundo de Investimentos do FGTS (FI-FGTS) nas aplicações que o fundo fazia em obras. A acusação tem como base a delação premiada do ex-vice-presidente da Caixa Fábio Cleto e descreve em detalhes o suposto esquema ilegal instalado no banco público.

Conforme o procurador-geral, Cunha solicitava propina de grandes empresas para que Cleto viabilizasse a liberação de recursos do FGTS. O caso está sob sigilo na Corte e aguarda uma decisão do plenário do Supremo Tribunal Federal que não decidiu ainda se aceita a denúncia.

3 - Então, veja o que diz o portal G1:

19/10/2016 13h29 - Atualizado em 19/10/2016 18h47

Eduardo Cunha é preso em Brasília por decisão de Sérgio Moro

Deputado foi levado em avião da Polícia Federal para Curitiba.
Prisão é por tempo indeterminado e referente a processo por propina.

O ex-presidente da Câmara e deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) foi preso nesta quarta-feira (19), em Brasília. A prisão dele é preventiva, ou seja, por tempo indeterminado. A decisão foi do juiz Sérgio Moro no processo em que Cunha é acusado de receber propina de contrato de exploração de Petróleo no Benin, na África, e de usar contas na Suíça para lavar o dinheiro.

A Polícia Federal (PF) informou que o ex-presidente da Câmara foi preso na garagem de um edifício. Já o advogado dele disse que a prisão aconteceu no apartamento funcional de Cunha.

O deputado cassado embarcou às 15h em um avião da Polícia Federal (PF) no aeroporto de Brasília com destino a Curitiba, onde ficará preso. (veja no vídeo acima) O avião chegou ao aeroporto, na Região Metropolitana de Curitiba, às 16h45. De lá, Cunha seguiu para a superintendência da PF. 

No despacho que determinou a prisão, Moro diz que o poder de Cunha para obstruir a Lava Jato "não se esvaziou". O juiz havia autorizado a PF a entrar na casa de Cunha no Rio de Janeiro para prendê-lo. (leia a íntegra da decisão de Moro)

Acompanhe a cobertura em tempo real

Moro é responsável pelas ações da operação Lava Jato na 1ª instância. Após Cunha perder o foro privilegiado com a cassação do mandato, ocorrida em setembro, o juiz retomou na quinta-feira (13) o processo que corria no Supremo Tribunal Federal (STF).

Nesta segunda (17), Moro havia intimado Cunha e dado 10 dias para que os advogados protocolassem defesa prévia.

Em nota divulgada por seus advogados, Cunha afimou que a decisão de Moro que resultou na prisão é "absurda" e "sem nenhuma motivação". (veja íntegra da nota abaixo)

De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), em liberdade, Cunha representa risco à instrução do processo e à ordem pública. Além disso, os procuradores argumentaram que "há possibilidade concreta de fuga em virtude da disponibilidade de recursos ocultos no exterior" e da dupla cidadania. Cunha tem passaporte italiano e teria, segundo o MPF, patrimônio oculto de cerca de US$ 13 milhões que podem estar em contas no exterior.

19/10/2016 13h29 - Atualizado em 19/10/2016 18h47

Eduardo Cunha é preso em Brasília por decisão de Sérgio Moro

Deputado foi levado em avião da Polícia Federal para Curitiba.
Prisão é por tempo indeterminado e referente a processo por propina.

 

Bibiana Dionísio, Thais Kaniak, José Vianna, Malu Mazza e Marcelo CosmeDo G1 PR, da RPC e da GloboNews

 
 
 

O ex-presidente da Câmara e deputado cassado Eduardo Cunha (PMDB-RJ) foi preso nesta quarta-feira (19), em Brasília. A prisão dele é preventiva, ou seja, por tempo indeterminado. A decisão foi do juiz Sérgio Moro no processo em que Cunha é acusado de receber propina de contrato de exploração de Petróleo no Benin, na África, e de usar contas na Suíça para lavar o dinheiro.

A Polícia Federal (PF) informou que o ex-presidente da Câmara foi preso na garagem de um edifício. Já o advogado dele disse que a prisão aconteceu no apartamento funcional de Cunha.

O deputado cassado embarcou às 15h em um avião da Polícia Federal (PF) no aeroporto de Brasília com destino a Curitiba, onde ficará preso. (veja no vídeo acima) O avião chegou ao aeroporto, na Região Metropolitana de Curitiba, às 16h45. De lá, Cunha seguiu para a superintendência da PF. 

 
PRISÃO DE CUNHA
Ex-deputado é acusado de corrupção

No despacho que determinou a prisão, Moro diz que o poder de Cunha para obstruir a Lava Jato "não se esvaziou". O juiz havia autorizado a PF a entrar na casa de Cunha no Rio de Janeiro para prendê-lo. (leia a íntegra da decisão de Moro)

Acompanhe a cobertura em tempo real

Moro é responsável pelas ações da operação Lava Jato na 1ª instância. Após Cunha perder o foro privilegiado com a cassação do mandato, ocorrida em setembro, o juiz retomou na quinta-feira (13) o processo que corria no Supremo Tribunal Federal (STF).

Nesta segunda (17), Moro havia intimado Cunha e dado 10 dias para que os advogados protocolassem defesa prévia.

Em nota divulgada por seus advogados, Cunha afimou que a decisão de Moro que resultou na prisão é "absurda" e "sem nenhuma motivação". (veja íntegra da nota abaixo)

De acordo com o Ministério Público Federal (MPF), em liberdade, Cunha representa risco à instrução do processo e à ordem pública. Além disso, os procuradores argumentaram que "há possibilidade concreta de fuga em virtude da disponibilidade de recursos ocultos no exterior" e da dupla cidadania. Cunha tem passaporte italiano e teria, segundo o MPF, patrimônio oculto de cerca de US$ 13 milhões que podem estar em contas no exterior.

 
 
 

Para embasar o pedido de prisão do ex-presidente da Câmarax, a força-tarefa da Operação Lava Jato listou atitudes, que conforme os procuradores, foram adotadas por Cunha para atrapalhar as investigações.

Entre elas, a convocação pela CPI da Petrobras da advogada Beatriz Catta Preta, que atuou como defensora do lobista e colaborador da Lava Jato Julio Camargo, responsável pelo depoimento que acusou Cunha de ter recebido propina da Petrobras.

Atitudes de Cunha para atrapalhar a Lava Jato, segundo o MPF:

– Requerimentos no TCU e à Câmara sobre a empresa Mitsui para forçar o lobista Julio Camargo a pagar propina;
– Requerimentos contra o grupo Schahin, cujos acionistas se tratavam de inimigos pessoais do ex-deputado e do seu operador, Lucio Bolonha Funaro;
– Convocação pela CPI da Petrobras da advogada Beatriz Catta Preta, que atuou como defensora do lobista Julio Camargo, responsável pelo depoimento que acusou Cunha de ter recebido propina da Petrobras;
– Contratação da KROLL pela CPI da Petrobras para tentar tirar a credibilidade de colaboradores da Operação Lava Jato;
– Pedido de quebra de sigilo de parentes de Alberto Youssef, o primeiro colaborador a delatar Eduardo Cunha;
– Apresentação de projeto de lei que prevê que colaboradores não podem corrigir seus depoimentos, como fez o lobista Julio Camargo, ao delatar Eduardo Cunha (refere-se ao projeto de lei de autoria do deputado Heráclito Fortes (PSB-PI), um dos membros da tropa de choque que o ex-deputado federal Eduardo Cunha liderava);
– Demissão do servidor de informática da Câmara que forneceu provas que evidenciaram que os requerimentos para pressionar a empresa Mitsui foram elaborados por Cunha, e não pela então deputada “laranja” Solange Almeida;
– Suspeita do recebimento de vantagem indevida por emendas para bancos e empreiteiras;
– Manobras junto a aliados no Conselho de Ética para enterrar o processo que pede a cassação do deputado;
– Ameaças relatadas pelo ex-relator do Conselho de Ética, Fausto Pinato (PRB-SP);
– Relato de oferta de propina a Pinatto, ex-relator do processo de Cunha no Conselho de Ética.

Falso empréstimo
Um dos tópicos do pedido de prisão fala sobre um empréstimo que, segundo o MPF, teria sido fraudado entre Claudia Cruz, esposa de Eduardo Cunha, e Francisco Oliveira da Silva, presidente da Igreja Evangélica Cristo.

De acordo com os procuradores, Claudia Cruz declarou empréstimo de R$ 250 mil em 2008. Entretanto, a partir de quebra de sigilo bancários de ambos, não foram identificados relacionamento financeiro.

Brasília - O ex-presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, embarca para Curitiba após ser preso pela Polícia Federa (Foto: Wilson Dias/Agência Brasil)O ex-deputado Eduardo Cunha embarca para Curitiba após ser preso pela PF (Foto: Wilson Dias/Agência Brasil)

“Ao que tudo indica, Francisco Oliveira da Silva jamais emprestou dinheiro a Claudia Cruz, sendo lógico que a simulação do contrato de mútuo serviu apenas como uma fraude para dar lastro para o ingresso de recursos espúrios provenientes dos crimes praticados por Eduardo Cunha no patrimônio da investigada”.

Os procuradores mencionam ainda empresas, offshores e trusts em nome de Cunha no exterior. Para uma das offshores, o ex-presidente da Câmara declarou patrimônio maior do que o informado à Receita Federal.

“O patrimônio declarado do denunciado Eduardo Cunha para a instituição financeira é de US$ 16 milhões, bem acima dos valores declarados no Brasil, de pouco mais de R$ 1,5 milhão de reais, que aparece nas suas declarações de imposto de renda”, diz o MPF.

A partir das informações prestadas por Cunha às instituições financeiras, o MPF afirma que Cunha era “beneficial owner” – a pessoa que contribui para ou exercita controle sobre a conta. “Diversos documentos demonstram que Eduardo Cunha é o beneficiário efetivo e final (beneficial owner) de todos os ativos depositados na contra Triumph”.

Segundo os procuradores, o casamento de Danielle Ditz da Cunha – filha de Cunha – foi pago com dinheiro de corrupção. O casamento foi realizado no dia 25 de junho de 2011, no Hotel Copacabana Palace, no Rio de Janeiro.

“Dessa forma, embora a questão ainda mereça maior aprofundamento, resta claro que o dinheiro usado para o pagamento do casamento de Danielle Ditz da Cunha era proveniente de crimes contra a administração pública praticados pelo seu pai, o ex-deputado federal Eduardo Cunha”.

Além da prisão, o MPF pediu a apreensão de oito veículos:
– Porsche Cayenne modelo 2013
– Porsche Cayenne modelo 2006/2006
– Land Rover Freelander modelo 2007/2008
– Hyundai Tucson modelo 2008/2009
– Volkswagen Tiguan modelo 2010/2011
– Volkswagen Passat Variant modelo 2003/2004
– Ford Edge modelo 2013
– Ford Fusion 2013

Cláudia Cruz, mulher de Cunha, já responde por lavagem de dinheiro e evasão de divisas na Justiça Federal do Paraná. De acordo com as investigações, Cláudia Cruz foi favorecida, por meio de contas na Suíça, de parte de valores de propina de cerca de US$ 1,5 milhão recebida pelo marido.

Íntegra da nota de Cunha sobre a prisão:

"Tendo em vista o mandado de prisão preventiva decretado hoje pela 13ª vara federal do Paraná, tenho a declarar o que se segue:

Trata-se de uma decisão absurda, sem nenhuma motivação e utilizando-se dos argumentos de uma ação cautelar extinta pelo Supremo Tribunal Federal.

A referida ação cautelar do Supremo, que pedia minha prisão preventiva, foi extinta e o juiz, nos fundamentos da decretação de prisão, utiliza os fundamentos dessa ação cautelar, bem como de fatos atinentes à outros inquéritos que não estão sob sua jurisdição, não sendo ele juiz competente para deliberar.

Meus advogados tomarão as medidas cabíveis para enfrentar essa absurda decisão."

Esfera civil
Na Justiça Federal do Paraná, Cunha já responde a uma ação civil de improbidade administrativa, também movida no âmbito da Operação Lava Jato, que alega a formulação de um esquema entre os réus visando o recebimento de vantagem ilícita proveniente de contratos da Petrobras. A ação corre na 6ª Vara Cível.

Além de Cunha, são requeridos na ação civil a mulher dele, o ex-diretor da estatal Jorge Luiz Zelada, o operador João Henriques e o empresário Idalécio Oliveira.

Os advogados de Cláudia Cruz pediram, no dia 11 de outubro, que a Justiça rejeite ação civil pública de improbidade administrativa a que ela responde. O pedido da defesa diz respeito especificamente a ela.

Cunha (Foto: Reprodução)Despacho de Sérgio Moro que autorizou a prisão de Eduardo Cunha (Foto: Reprodução)

4 - Então, veja o que diz o Jornal Folha de São Paulo:

 
  • poder

    petrolão

    Cunha é preso em Brasília por ordem de Sergio Moro

    DE SÃO PAULO
    DE BRASÍLIA
    DE CURITIBA

    19/10/2016 13h30 - atualizado às 16h08

    Pedro Ladeira/Folhapress

    Preso, o ex-deputado Eduardo Cunha é levado até o avião da Polícia Federal

    O ex-deputado Eduardo Cunha foi preso em Brasília pela Polícia Federal nesta quarta-feira (19). A polícia também esteve em sua casa na Barra da Tijuca, na zona oeste do Rio.

    A prisão foi autorizada pelo juiz federal Sergio Moro nesta terça-feira (18), que passou a tratar do caso do ex-parlamentar depois que ele perdeu o foro privilegiado com a cassação de seu mandato.

    Moro determinou a prisão do ex-deputado afirmando que sua liberdade representava risco "à instrução do processo, à ordem pública, como também a possibilidade concreta de fuga em virtude da disponibilidade de recursos ocultos no exterior, além da dupla nacionalidade (Cunha é italiano e brasileiro)", afirma em nota a Justiça Federal do Paraná.

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  • poder

    petrolão

    Cunha é preso em Brasília por ordem de Sergio Moro

    DE SÃO PAULO
    DE BRASÍLIA
    DE CURITIBA

    19/10/2016 13h30 - atualizado às 16h08

    Pedro Ladeira/Folhapress

    Preso, o ex-deputado Eduardo Cunha é levado até o avião da Polícia Federal

    O ex-deputado Eduardo Cunha foi preso em Brasília pela Polícia Federal nesta quarta-feira (19). A polícia também esteve em sua casa na Barra da Tijuca, na zona oeste do Rio.

    A prisão foi autorizada pelo juiz federal Sergio Moro nesta terça-feira (18), que passou a tratar do caso do ex-parlamentar depois que ele perdeu o foro privilegiado com a cassação de seu mandato.

    Moro determinou a prisão do ex-deputado afirmando que sua liberdade representava risco "à instrução do processo, à ordem pública, como também a possibilidade concreta de fuga em virtude da disponibilidade de recursos ocultos no exterior, além da dupla nacionalidade (Cunha é italiano e brasileiro)", afirma em nota a Justiça Federal do Paraná.

    "Enquanto não houver rastreamento completo do dinheiro e a total identificação de sua localização atual, há um risco de dissipação do produto do crime, o que inviabilizará a sua recuperação. Enquanto não afastado o risco de dissipação do produto do crime, presente igualmente um risco maior de fuga ao exterior, uma vez que o acusado poderia se valer de recursos ilícitos ali mantidos para facilitar fuga e refúgio no exterior", afirmou o juiz Moro na decisão.

    Moro ainda destacou o suposto "caráter serial" dos crimes de corrupção cometidos por Cunha, investigado em mais de um inquérito na Lava Jato, o que caracterizaria risco à ordem pública.

    A Procuradoria listou, ainda, fatos que "evidenciaram a disposição de Eduardo Cunha de atrapalhar as investigações".

    Entre eles, estão requerimentos feitos pelo então deputado ao TCU (Tribunal de Contas da União) e à Câmara sobre empresas e advogados ligados a delatores da Lava Jato, como Julio Camargo, a empreiteira Schahin e Alberto Youssef, além de tentativas de impedir sua cassação pela Câmara.

    Os procuradores também defendem que Cunha poderia continuar a lavar o dinheiro que recebeu como suborno. Segundo o pedido de prisão, "permanece oculto um patrimônio de aproximadamente US$ 13 milhões", o equivalente a R$ 41,3 milhões. Esse montante estava em contas fora do Brasil que foram fechadas por Cunha, segundo os procuradores.

    O patrimônio localizado de Cunha na Suíça é de 2,348 milhões de francos suíços, ou R$ 7,5 milhões. O montante está congelado na Suíça e deve retornar ao Brasil no final do processo.

    Moro também autorizou o bloqueio de bens de Cunha no Brasil. Foram congelados R$ 220,7 milhões.

    FAMÍLIA

    Cláudia Cruz, mulher do ex-deputado, também estava em Brasília quando o marido foi preso. Ela não foi alvo de nenhuma medida cautelar expedida por Moro.

    Segundo pessoas próximas à família, ela ainda não sabe se visitará o marido em Curitiba, para onde ele foi levado após a prisão. Isso dependerá dos horários e de onde ele vai ficar.

    Cunha estava se preparando para se entregar a PF em Brasília quando os policiais chegaram em seu apartamento para prendê-lo, segundo pessoas que o acompanharam. Ele foi informado que nesta manhã a PF o procurou em sua casa, no Rio, por isso estava se preparando para se apresentar.

    As visitas aos presos da carceragem da PF do Paraná acontecem todas as quartas-feiras.

    Cláudia Cruz pretende voltar para o Rio para ficar com a família.

    DENÚNCIA

    A prisão de Cunha foi decretada no âmbito da ação que corre na Justiça Federal do Paraná, recebida na semana passada pelo juiz Sergio Moro. O ex-deputado é acusado de receber R$ 5 milhões de propina em contas na Suíça, abastecidas com dinheiro originário de contratos de exploração de petróleo da Petrobras na África.

    Cunha é réu sob acusação de corrupção, lavagem de dinheiro e evasão de divisas.

    O processo estava no STF (Supremo Tribunal Federal), mas, com a cassação do peemedebista e a perda do foro privilegiado, desceu para a primeira instância, na Justiça Federal do Paraná.

    Cunha nega irregularidades e diz que as contas pertencem a trusts (instrumento jurídico usado para administração de bens e recursos no exterior), e não a si próprio.

    Sua mulher, a jornalista Claudia Cruz, já é ré pela mesma acusação na Justiça Federal do Paraná.

    REPASSES

    O dinheiro que bancou o casamento da filha de Cunha, em junho de 2011 no Copacabana Palace, não saiu das contas da família, mas sim de depósitos feitos em dinheiro vivo e de forma fracionada, ainda de acordo com procuradores, para não identificar os depositantes.

    Além do processo sobre as contas na Suíça, Cunha responde pelos crimes de corrupção e lavagem de dinheiro em outro caso. Ele é acusado de ter recebido R$ 5 milhões em propina de contratos de navios-sonda da Petrobras.

    O ex-deputado é investigado ainda sob suspeita de ter recebido propinas para liberar recursos do Fundo de Investimentos do FGTS a empreiteiras.

    ASCENSÃO E QUEDA

    Um dos deputados mais poderosos, Cunha foi o responsável por dar curso e liderar na Câmara o processo de impeachment de Dilma, com quem rompeu em 2015.

    O peemedebista havia sido eleito para a presidência da Câmara em fevereiro daquele ano derrotando o PT e o governo. Tendo como base de apoio o PMDB e os partidos do chamado centrão (PSD, PR, PP, PTB e PRB, principalmente), Cunha aplicou sucessivas derrotas ao Planalto, mas chegou a tentar um acordo com o governo que envolveria o enterro do impeachment e de seu processo de cassação. As tratativas falharam, porém.

    O surgimento de delatores que o implicavam e a revelação da existência de dinheiro vinculado a ele em contas secretas na Suíça complicaram ainda mais a sua situação, levando-o a ser o primeiro congressista réu na Lava Jato.

    Em 5 de maio de 2016, dias após a Câmara aprovar a autorização para a abertura do processo de impeachment de Dilma, começou a derrocada de Cunha.

    O STF o afastou do cargo e do mandato sob a acusação de que usava suas funções para atrapalhar as investigações.

    Em 12 de setembro, Cunha foi cassado pela Câmara dos Deputados.

    Rivaldo Gomes - 1º.mai.2015/Folhapress

    Eduardo Cunha em evento na Praça Campo de Bagatelle, na zona norte, para comemorar o Dia do Trabalhador

    OUTRO LADO

    A defesa do ex-deputado e ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB) diz que sua prisão é uma medida "absurda" e que foi decretada sem que haja "fato novo" contra o peemedebista.

    Cunha também divulgou nota em que afirma que Moro não tem competência para determinar sua prisão.

    Leia o pedido de prisão de Cunha

      Reprodução  
    Despacho de busca e prisão preventiva contra o deputado cassado Eduardo Cunha
    Despacho de busca e prisão preventiva contra o deputado cassado Eduardo Cunha
     

 

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